quinta-feira, 17 de março de 2011

UFC – ICA                                                                             
Curso – Design de Moda                                                        
Disciplina – Moda, Comportamento e Cultura 
Profa – Angela Marques                           

PIRES, Dorotéia B.(org) Design de Moda: olhares diversos. SP: Estação das Letras e Cores Ed., pp.197-
205, 2008.                            










quinta-feira, 10 de março de 2011

O Direito de Vestir


UFC – ICA
Curso – Design de Moda
Disciplina – Moda, Comportamento e Cultura
Profa – Angela Marques

O DIREITO DE VESTIR
                                                                                Simone Faustino


            Atitudes como pôr e tirar uma calça jeans, escolher um bom par de sapatos para uma festa ou achar a bolsa do tamanho ideal parecem comuns e até corriqueiras para grande parte da população. Mas a facilidade cotidiana que marca as atividades de uns encobre um dia a dia de obstáculos e muita paciência para outros. Os meios de comunicação também colaboram para certa invisibilidade dos desafios enfrentados por obesos, gestantes, pessoas com deficiência e outros segmentos fora do padrão da maioria, na hora que precisam escolher itens de vestuário confortáveis e de qualidade.
            Além da parcela de culpa da mídia e do mercado, também o papel dos criadores de moda é questionado. Em um momento em que se propõem leis e iniciativas com foco na acessibilidade, a inclusão na moda apenas começa a engatinhar. Foi com o objetivo de formar profissionais mais atentos à diversidade do público consumidor e à importância do bem-estar que o curso de Design de Moda da Universidade Federal do Ceará passou a ofertar, em 2011, disciplina intitulada “Moda, Design e Sustentabilidade”.
            De acordo com a Profª. Cyntia Tavares Marques de Queiroz, coordenadora do curso, a expectativa é de que não só a disciplina, mas toda a integralização curricular colabore para a formação de profissionais de atuação ética e socialmente responsável. “Desde 1994, funcionávamos sob a lógica da formação do estilista de moda, ou seja, aquele que concebe vestuário a partir da arte, da criatividade. Com a inserção da Moda no campo do Design, a grande maioria dos cursos passou a se utilizar da projeção de objetos de moda integrados com o contexto sociocultural, histórico, econômico e ambiental dos utilizadores e suas necessidades”, explica.
            Ainda não há projetos em andamento no curso sobre o assunto, mas a tendência é que surjam gradativamente após a consolidação da disciplina e o envolvimento dos alunos com esse campo de estudo. “A indústria da moda, assim como as demais, é orientada por interesses mercantis. Faz isso a partir de modelos de beleza contemporâneos: o corpo magro e torneado; a pele macia; o  cabelo bem  cuidado. Neste sentido, todos os que estão fora dos padrões são excluídos. Os estudantes são estimulados a pensar sobre tais questões e desemenhar, no futuro, uma atuação diferente”, vislumbra Cyntia Tavares.

Limitações diárias
            Aos 4 anos de idade, Clemilda dos Santos Souza teve poliomielite, o que acabou comprometendo desenvolvimento de seus membros inferiores. Por causa da doença, sua perna direita sofreu um encurtamento e um dos pés ficou três números menor que o outro. Enquanto crescia, Cléo, como é chamada, aprendeu a conviver com a deficiência e descobriu os tipos de roupas e calçados mais adequados às suas necessidades. “Quando vou comprar sapatos, na maioria das vezes tenho que comprar dois pares, por causa dos números diferentes. Isso me faz usar mais tênis, que me permitem comprar os dois do mesmo número, por ficar bem amarrado. Já em ocasiões mais formais, como festas, ou quando quero usar certos tipos de vestidos, minhas opções ficam muito limitadas”, conta.
            As maiores dificuldades quanto a roupas foram vividas na época em que precisou usar cadeira de rodas. Foi quando necessitou de ajuda para vestir calças jeans e até roupas íntimas. “Na época, percebi que se os jeans tivessem bolsos maiores na frente, seria muito bom. E o melhor é que os sutiãs sejam do tipo que fecha na frente ou ao lado, enquanto as calcinhas maiores e com possibilidade de amarração nas laterais facilitam”, relembra. Hoje bibliotecária e servidora técnico-administrativa da UFC, ela não precisa mais da cadeira, mas conserva as muletas para vir ao trabalho, já que muitos locais da cidade não obedecem aos pricípios de acessibilidade.
            A experiência lhe ensinou a escolher as melhores roupas para o cotidiano: blusas de tecidos leves (que não precisem ser passadas) e calças de materiais que favoreçam o movimento e a circulação nas pernas. Outro ponto importante é que sejam bonitas. “O que existe é muito é a idéia de que quem tem deficiência deixa de ser uma pessoa, não tem anseios, desejos, motivos iguais aos de todo mundo. Isso se reflete também nano universo da moda. Não me recordo agora de nenhuma campanha publicitária com mulheres deficientes, como se elas não tivessem beleza para mostrar”, critica.
            A fotógrafa e estudante de Comunicação Social Lara Vasconcelos enfrenta dificuldades em outra perspectiva. Bastante antenada em moda, ela lamenta que as lojas prefere investir em acessórios como bolsas, sapatos, tênis, óculos de sol, lenços e bijuterias, além de “peças-coringa” como leggings ou jeans, que permitem várias combinações. Para encontrar o que gosta, garimpa das lojas multimarcas aos brechós.
            Ela reclama que o padrão seguido pelas grandes marcas e cadeias de lojas não se resume só ao lado físico, mas também cultural, geográfico e social. Nas lojas mais procuradas de Fortaleza, é comum encontrar araras repletas de coleções outono-inverno que caem bem para moradores das regiões Sudeste/Sul, mas não são nada adequadas ao clima do Nordeste. Para conseguir um estilo diferenciado, a saída para Lara foi usar como aliadas a internet e uma boa costureira de confiança. “Sigo vários blogs plus size e vou encontrando modelos que me agradam e quero copiar. Às vezes, até me arrisco com o lápis e o papel, pois depois que descobri o que fica bem em mim, não tem segredo”, orgulha-se.
            Em sua opinião, o diferente também possui potencial de consumo, mas ainda há um longo caminho para se deixar de tratá-lo como minoria. “Vestir-se não está relacionado só com parecer, mas com ser, identidade, subjetividade e afetos. Assim como precisamos de espaços e transportes acessíveis, também precisamos de uma moda democrática. Essa necessidade é primária”, defende.
           
Educados para a diferença

            Fora âmbito universitário, o universo fashion também demanda profissionais de diversos níveis de formação. Uma das referências em educação profissional na área de Moda é o Serviço nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), que nas unidades cearenses oferta cursos de costureiro, modelista, desenhista de moda e comprador de moda (gestão). “No Senac, temos a preocupação de orientar os nossos alunos para a criação de peças em tamanhos especiais, mas a proposta é muito mais voltada para o obeso que para o deficiente físico. É uma lacuna que precisamos preencher”, reconhece Eveline Costa, consultora técnica das áreas de Produção Cultural, Design e Moda do Senac – CE.
            Segundo a consultora, a suposta falta de cuidado do mercado com esses públicos diferenciados se deve, principalmente, à crença de que eles não seriam muito expressivos, com exceção dos obesos. “A indústria alimentícia começou a fazer produtos de acordo com a necessidade dos solteiros, justamente porque eles são cada vez mais numerosos, e começou a haver uma procura muito grande nos supermercados por alimentos em porções individuais”, aponta,  acrescentando  que o processo de mudança terá que partir do público para a indústria e não o contrário.
            Em 2009, o assunto foi discutido no Dragão Fashion Brasil, em uma atividade promovida pelo Senac- CE em parceria com o evento. A convidada foi a Profa Daiane Pletsch Heinrich, do Centro Universitário Feevale (RS), onde ela coordena o projeto “Recursos Funcionais no Vestuário das Pessoas com Deficiência”. Doutora em Engenharia Têxtil pela Universidade do Minho (Portugal), a docente é autora de livros sobre desenvolvimento de produtos de moda, modelagem, antropometria para aplicação na concepção de vestuário, acessibilidade e inclusão social.
            Em entrevista a UP[1], Daiane Heinrich explicou a proposta do projeto de pesquisa, que visa gerar soluções de vestuário de moda para atender às necessidades e características específicas de cada tipo de deficiência. “Conhecer o público-alvo a que os produtos são destinados constitui a maior receita de sucesso dos produtos de moda. Basta olhar para os corpos que nos rodeiam para perceber que estes não são iguais, existindo uma infinidade de características individuais ou grupais”, ressalta.
            A pesquisadora avalia que empresas e profissionais de moda ainda possuem um campo de visão restrito e até mesmo deturpado quanto ao público-alvo. “O mercado que desenvolve e comercializa produtos vestuário não possui consciência dos índices de indivíduos com deficiência, obesidade, idosos, dentre outros grupos. Se realizassem uma  pesquisa aplicada para conhecê-los, ao menos de forma numérica, veriam que vale a pena focar uma parcela dos seus produtos para eles. Além de contribuir para uma sociedade mais justa e acessível, gerariam lucros pela venda desses produtos, praticamente sem concorrência no mercado”, enfatiza Daiane.
            No ponto de vista dos lojistas, esses segmentos sociais não estão passando à margem. “Quanto aos deficientes, é mais complicado por não haver uma deficiência padronizada. Já os nichos dos obesos, da baixa estatura e das gestantes vêm sendo atendidos por lojas especializadas”, assegura Marcus Venícius Rocha Silva, presidente do Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhoras do Estado do Ceará (SindConfecções). Ao contrário do que o nome sugere, a entidade é plural e reúne fabricantes de roupas masculinas, femininas, infanto-juvenis e até moda íntima.
            O dirigente salienta que o sindicato  trabalha em âmbito global, incluindo em sua comunicação com os filiados informações sobre todos os nichos. Para ele, um obstáculo à ampliação desse mercado ainda é a resistência do próprio público, já que, para algumas pessoas, pode ser desconfortável tornar-se cliente de uma loja tida como “especial”. “O próprio cliente tem que se livrar desse preconceito. Isso tem que ser encarado com naturalidade, assim como há lojas específicas para gestantes, crianças e teens”, diz
            No ponto de vista da bibliotecária Cléo Sousa, que sente na pele as barreiras descritas anteriormente, a solução não é tão simples assim. Ela sugere que a mídia explore mais o assunto em veículos e campanhas, para que o mercado possa dar uma resposta. “Outra coisa fundamental é que os profissionais tenham sensibilidade para lidar com as diferenças e pensem nelas como um espaço de oportunidades e diálogo, comenta.
           



[1] Revista Universidade Pública ,  ano 11, nº 59, jan-fev/2011.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Brasil, país do carnaval e futebol?

01. Responda este quesito com sólidos argumentos de defesa e/ou ataque.
02. Analise também na perspectiva da moda.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011









UFC – ICA
Curso – Design de Moda
Disciplina – Moda, comportamento e cultura
Profa – Angela Marques
24/02/2011



Texto Moda e revelação em  Os Sentidos da Moda (Cidreira, 2005)

01.  Explique o posicionamento de Borel citado por Cidreira (2005) p.12
02.  Qual a compreensão do pensamento de Gibbins (em Maisonneuve,1981, p.70) citado por Cidreira p. 13?
03.  O que é possível compreender sob a rubrica Estetização da Vida  em Cidreira (2005) p. 15-16?
04.  A partir dos conteúdos sobre percepção, principalmente a visual, e sua pertinência na moda formule um entendimento para a idéia de Camus citado por Cidreira final p. 18.
05.  Analise e teça considerações pessoais para o parágrafo 1º de Cidreira na p. 19

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IMP: Na p.13 do texto de Cidreira existe a citação (GIBBINS apud MAISONNEUVE;BROUCHON-SCHWEITER, 1981, p.70) significa que a autora leu o livro de Maisonneuve; Brouchon-Schweiter e lá havia uma citação de Gibbins e ela a citou no trabalho.    

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011


BRASIL: PAÍS DE PAPELÃO[1]
                                                                                       Daniel Lins[2]

            Passados os deslumbres do charme, a magia da gestão do ex-presidente Lula, a casa caiu. A fantasia deu lugar à realidade cruel, até então velada por alguns êxitos sociais, tecnológicos, sob a áurea de uma política desenvolvimentista, cuja originalidade mor consiste em se passar das práticas democráticas. É, pois, o vale tudo, desde que os interesses pessoais estejam acima da realidade e da ética.
            Não se esperava que a histeria coletiva, alimentada pela onda da alegria e da felicidade, legitimada, em parte, pela mídia, desmoronasse como uma casa de papelão, maquiagem alienante. Papelão: procedimento ridículo ou vergonhoso, fiasco.
            Diante da subserviência e lerdeza dominantes, sociocultural e política, em que o Brasil mergulha, alguns fatos atrapalham o Carnaval, as máscaras, o poder sem partilha. O castelo de papelão evapora como as promessas de político, mais preocupado com seu saldo bancário que com o bem-estar, de direito, da Nação.
            O primeiro grito que acordou os outros foi a catástrofe da região serrana do Rio de Janeiro, fruto da irresponsabilidade de gestores, pois, não há nada de novo nas chuvas de verão do Rio de Janeiro, tudo poderia ser previamente planejado.
            Mas, como planejar? Maquiar, eis a lei do ppoder político. A operação tpa-buraco: me engana que eu gosto! Adiar o que pode ser feito hoje. Ao adiar, mantêm-se as licitações, que é, em muitos casos, a gorda poupança, a galinha de ouro de uma banda podre, cada vez mais ampliada, que estrangula o País, em todas as esferas do poder.
            Há exceção? Ofegante, em estado de sufoco, há sim exceção, embora, toda diferença seja castigada! Basta ler os jornais! E não se precisa mais de armas. Um poder sem oposição toma sozinho as decisões. Basta uma caneta, uma boiada de súditos bem pagos, participando dos privilégios e alheios às ideias “bobas” de democracia ou práticas éticas, para que a calma reine e continuem felizes! Nada melhor que a grana fácil, os rolos de dinheiro, nos bancos ou nas cuecas, para que o gozo do “vil metal” aja como uma droga: mais, mais, mais, grita o adicto!
            Prejuízo para a democracia? Sim. É o poder sem oposição ou a servidão voluntária, cotada na bolsa dos espertos de serviço. Está-se, porém, longe de uma ditadura. O autoritarismo funciona bem em democracia, sobremodo, em países emergentes. Nada melhor que uma ideologia bruta, maçada pelo DNA da mediocridade, com seus carnavais e entretenimentos pagos com cachê mirabolantes, sem licitação, à maneira dos imperadores romanos!
            O desenvolvimento, quando usado por neófitos ou gananciosos, com promessas messiânicas e balelas futuristas, pode legitimar não só a destruição sistemática da harmonia social, do meio ambiente, como também esvaziar dos órgãos de controle as diferenças e competências ativas.
            É a degola do pensamento e da liberdade, conforme a lógica clânica, próxima de estrutura mafiosa: Uma só família, uma só ideia, um só olhar!
           


[1] Publicado jornal O Povo, 30/01/2011, Fortaleza (CE).
[2] Daniel Lins é Doutor em Sociologia pela Université Paris Diderot (Paris VII), Pós-doutor em Filosofia pela Université de Vincennes (Paris VIII), Professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), e psicanalista. Já publicou cerca de 25 livros em português, francês e inglês, nas áreas de filosofia, antropologia e psicanálise. É Professor Convidado em diversas universidades brasileiras e estrangeiras.

Brasil: país de papelão

Passados os deslumbres do charme, a magia da gestão do ex-presidente Lula, a casa caiu. A fantasia deu lugar à realidade cruel, até então velada por alguns êxitos sociais, tecnológicos, sob a áurea de uma política desenvolvimentista, cuja originalidade mor consiste em se passar das práticas democráticas. É, pois, o vale tudo, desde que os interesses pessoais estejam acima da realidade e da ética.
Não se esperava que a hhisteria coletiva, alimentada pela onda da alegria e da felicidade, legitimada, em parte, pela mídia, desmoronasse como uma casa de papelão, maquiagem alienante. Papelão: procedimento ridículo ou vergonhoso, fiasco.

domingo, 28 de novembro de 2010

Edméa Mendes fotos

Estou tentando resgatar criações de Edméa Mendes, a pioneira  em design de moda no Ceará. Caso saiba de alguém que desfilou e/ou usou peças criadas por ela peça que a pessoa entre em contato através do blog.